quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Entre a concessão e a nacionalização, uma história chamada CTT














   Vivo em Camarate, uma Vila no Concelho de Loures. É a principal freguesia de uma União delapidada de serviços com desculpas políticas e de simpatia local. O centro de saúde para Sacavém, era apenas questão estratégica e temporária, a Caixa Geral de Depósitos fez acreditar que não existiam clientes que justificasse a sua presença em Camarate, numa freguesia em que o número de idosos é significativo, o BES desculpou-se com a infiltração na agência. Foram saindo os serviços e nunca regressaram ou foram substituídos. Hoje preparo-me, com mais 36 mil pessoas, para ver encerrar a única estação dos CTT no espaço de 13Km2.
  
  O que fazer com os CTT? É uma questão que necessita de resposta urgente, a resposta que o governo teima em não dar. Não é suficiente dizer que se está de "mãos e pés atados" numa situação se degrada ano após ano, dia após dia. Os Correios estão cada vez mais longe de corresponder ao serviço publico que lhes foi conferido. O contrato de concessão está nas mãos do governo,  escusado dizer que a situação do encerramento das agências não é suficiente para o rever, o rol de queixas já tem argumentos suficientes para que a concessão termine. 

  Está nas mãos do governo saber qual é o melhor caminho para resolver esta questão. Não cabe apenas passar as culpas ao PSD e CDS com questão da privatização. A culpa não reverte a degradação do serviço, o encerramento das estações e o despedimento dos trabalhadores. Cabe ao Governo, e a mais ninguém, ter uma resolução com a maior brevidade possível.

   António Costa tem de dar resposta aos parceiros de coligação, tem de dar resposta aos utentes, aos trabalhadores e às autarquias que se arriscam a agarra a despesa e abonar os lucros dos CTT. Neste momento não vale a pena pensar uma nacionalização imediata. O que é certo é que os trabalhadores têm de saber o seu futuro e as autarquias não podem  assumir os custos de uma empresa que a fecha a porta ao serviço publico de correios e a passos largos se torna uma instituição financeira.
 
  Os CTT têm um problema grave, estão sem rumo, sem uma linha para o futuro da empresa, nem a curto nem a longo prazo. É cada vez mais impossível os correios se manterem como concessionária dos serviço postal e a degradar continuamente o seu serviço. A sua linha accionista torna impossível a manutenção de uma empresa onde o maior accionista é detentor de 12% do capital, e a dispersão de 68% do capital está nas mãos de uma anarquia de mais de uma centena de accionistas desconhecidos (excepto o Goldman Sachs).

   Não vale a pena procurar os culpados nem apontar dedos, a situação exige uma solução rápida, e não está certamente entre as acusações de culpa. Certo é que a culpa não será dos 36 mil utentes da minha freguesia que estão cada vez mais isolados ás portas da capital. 
  
    António Costa tem de ter uma decisão, ou o fim da concessão e as consequências, ou a nacionalização e as consequências, não podemos é ficar apenas as com as consequências de uma concessão, com as consequências do desemprego, com as consequências de um serviço publico degradado, com as consequências do desemprego, e quem sabe, mais tarde com as consequências de mais um Banco que eclipsou, e de mais uma Portugal Telecom que pulverizou.

2 comentários:

  1. ESSA É QUE A VERDADE E TEREMOS QUE PEDIR AO GOVERNO QUE DEFINA FINALMENTE O QUE SE PASSA E SE POSSÍVEL TORNAR PÚBLICO O CONTRATO QUE FOI ASSINADO E OS COMPROMISSOS ASSUMIDOS NO ATO DA COMPRA PELOS PRIVADOS

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  2. Caro Jorge Miguel Pires...só resta dizer que foi este governo que privatizou os CTT e é culpado integralmente por esta situação...e que Camarate é uma freguesia que foi governada pelo PS, até 2017, de uma Câmara que é governada pelo PS nos ultimos mandatos e por isso...a culpa toda é do PS...
    Claro que estava a ser irónico...chateia-me que ponham culpas de forma absurda a quem não as tem...e já agora o tal contrato tem prazo...e apenas no final deste é que se pode denunciar...eu sei que para o BE e para ti os contratos devem-se rasgar e depois quem fica é que paga a conta...mas se tivermos calma...em 2019 esta situação altera-se...seja a bem ou a mal...e assim já ninguém paga a conta...o que achas?

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